Manchetes dos jornais, ontem, destacaram que o presidente Lula pode ficar ausente das eleições do Rio Grande do Norte. A divisão da base aliada, com duas candidaturas ao Governo do Estado, impediria a sua presença. O próprio Lula justificou a ameaça: para não perder apoio dos aliados à sua candidata Dilma Roussef.
Razões lulistas à parte, um questionamento parece inevitável: a sua presença é tão importante assim? Se observados os últimos embates eleitorais, a resposta é não. Vamos relembrar: em 2006, já surfando em alta popularidade, Lula veio ao RN para renovar o mandato do senador Fernando Bezerra, na época o seu líder no Congresso Nacional, sem sucesso. Rosalba Ciarlini, do DEM, principal partido de oposição, venceu as eleições.
Dois anos depois, em 2008, com a popularidade maior do que a de 2006, Lula retornou ao Estado com a missão anunciada por ele próprio: eleger as prefeitas de Mossoró (Larissa Rosado) e de Natal (Fátima Bezerra) e expulsar da vida pública seu mais ferrenho adversário, senador democrata José Agripino. Aqui, Fafá Rosado, do DEM, renovou o mandato com a maioria de quase 20 mil votos. Em Natal, Fátima perdeu para Micarla de Souza (PV) ainda no primeiro turno.
Esses relatos se somam a outros que comprovam que a transferência de votos não é tão simples. Em 1992, concluindo seu primeiro mandato de prefeita e com aprovação popular de quase 90%, Rosalba Ciarlini não conseguiu fazer o sucessor, com Luiz Pinto derrotado pelo prefeito Dix-huit Rosado.
Resumindo: quem ganha campanha é o candidato e não o seu padrinho político. Se o candidato é bom, fácil transferir voto. Do contrário, impossível. Dessa forma, tolice potencializar a presença ou não de Lula no palanque do Rio Grande do Norte. As suas duas experiências aqui foram negativas.
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