sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Depois de Cuba, o Irã

Depois do papelão apresentado ao mundo em culpar a greve de fome pela morte do pedreiro Orlando Zapata em Cuba, onde o pobre pedreiro pedia apenas uma permanência mais humana na cadeia (nem ousou em exigir a liberdade cerceada por discordar do governo ditador), o presidente Lula vai visitar o Irã.

É outro país que fere a liberdade de expressão e desconhece os direitos humanos. Tudo bem que é a cultura deles, mas é inadmissível tanta crueldade nos dias de hoje em consequência da preservação de uma tradição arcaica e perversa.

Cerca de 140 milhões de mulheres e meninas foram mutiladas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Trata-se da retirada do clitóris para que elas não tenham prazer sexual. Irã e Iraque adotam sistematicamente essa prática. A população não tem o mínimo direito de expressão, a internet é censurada violentamente, a imprensa só pode enviar para fora notícias que falem bem do governo. Os homossexuais são chicoteados, torturados e até executados a pedradas.

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse alto e bom som que o holocausto (assasinato de seis milhões de judeus, perpretado por Hitler) é “uma invenção”, ou seja, nunca existiu. Donde, inocenta Hitler.

Curioso: deve ter sido difícil falsificar as centenas de documentários, filmados diante dos fatos, que são exibidos na TV e cinemas ao longo de décadas, mostrando, por exemplo, Hitler, sorridente, “visitando” 600 mil pessoas sitiadas em Kiev, no início da invasão à Rússia, e ordenando que as deixassem morrer de fome...

Aliás, no cerco a Kiev - e este é apenas um dos muitos episódios de crueldade extrema dos nazistas -, oficiais da SS e seus soldados obrigavam os judeus a cavarem suas próprias covas (tudo é mostrando com filmagem da época, em documentários).

Mas isso “não existiu” e o governo brasileiro deve concordar com o presidente do Irã, caso contrário seria uma aberração essa amizade toda...

Esse é o país que o governo Lula amplia os laços de aliança.

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