O nosso presidente chamou a crise de “marola”. - “Marola, o que diabo é isso?” Perguntou Mané Julião, proprietário do boteco ao lado da Maternidade, aos intelectuais sentados em uma mesa formada por Dr. Gilberto, Wilmar e Xexa (seu irmão mais estudado). “Marola - Ondulação na superfície do mar, agitação, alvoroço, onda pequena.”
Juntou-se a turma Mauricy Abrantes, Chico Amor, Marcelo de Titico, Dalvace e, chegando de Natal, Adriano, Chicão e Ênio irmão de Beto cego. Daí surgiu à idéia de explicar para Mané como a crise iniciou como “marola”, de uma forma bem simplificada.
“Mané Julião abriu o seu boteco ao lado da Maternidade e resolveu vender pinga fiado, anotando o nome dos devedores na parede, para que todos tomem conhecimento e o devedor não demore a quitar a sua dívida. Mané (que de mané não tem nada), já que decidiu vender fiado, aumentou o preço da branquinha, como forma de segurança para o seu negócio.
Márcio do Banco do Brasil resolveu molhar o bico e foi ao boteco de Mané, movido pelos comentários de que o dono do boteco é um piadista nato, classificado como o Seumandurinha alexandriense. Márcio percebeu que as dívidas do boteco de Mané, constituem, afinal, um ativo recebível, tecnicamente mais rentável que outras aplicações e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento tendo os pinguços como garantia. Para as agências de classificação de riscos essas contas anotadas na parede do boteco de Mané, possuem um risco maior que é compensado pelos lucros mais vantajosos. Executivos e palpiteiros das agências de risco lastreiam os tais recebíveis do banco e os transformam em CDB, RDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer.
Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos na bolsa, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as contas anotadas no boteco de Mané Julião). Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nas bolsas de valores e mercados financeiros de 73 países. Até alguém descobrir que os fregueses do boteco de Mané Julião não têm dinheiro para pagar as contas e o boteco vai à falência. Com isso o banco credor de Mané julião verifica que, sem receber, está quebrado.
A seguradora do banco também quebra, as seis instituições que haviam comprado títulos do banco também quebram, todo mundo que tinha ações dos bancos e seguradoras tentam se livrar delas. Como todos querem vender, as ações despencam e as bolsas também. Então todo mundo começa a sacar dinheiro das contas correntes para guardar em casa. Todo o sistema financeiro começa a implodir. Para consertar essa m*&#@ toda o presidente convence o senado e o congresso a pegar o dinheiro que cidadãos honestos e trabalhadores pagaram em forma de impostos, e compra as tais dívidas.
- Foi isso que aconteceu... Entendeu Mané? – Perguntou Dr. Gilberto.
- Não, até agora num recebi nada, os fiado tão aí do mermo jeito, pode olhar!
Juntou-se a turma Mauricy Abrantes, Chico Amor, Marcelo de Titico, Dalvace e, chegando de Natal, Adriano, Chicão e Ênio irmão de Beto cego. Daí surgiu à idéia de explicar para Mané como a crise iniciou como “marola”, de uma forma bem simplificada.
“Mané Julião abriu o seu boteco ao lado da Maternidade e resolveu vender pinga fiado, anotando o nome dos devedores na parede, para que todos tomem conhecimento e o devedor não demore a quitar a sua dívida. Mané (que de mané não tem nada), já que decidiu vender fiado, aumentou o preço da branquinha, como forma de segurança para o seu negócio.
Márcio do Banco do Brasil resolveu molhar o bico e foi ao boteco de Mané, movido pelos comentários de que o dono do boteco é um piadista nato, classificado como o Seumandurinha alexandriense. Márcio percebeu que as dívidas do boteco de Mané, constituem, afinal, um ativo recebível, tecnicamente mais rentável que outras aplicações e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento tendo os pinguços como garantia. Para as agências de classificação de riscos essas contas anotadas na parede do boteco de Mané, possuem um risco maior que é compensado pelos lucros mais vantajosos. Executivos e palpiteiros das agências de risco lastreiam os tais recebíveis do banco e os transformam em CDB, RDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer.
Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos na bolsa, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as contas anotadas no boteco de Mané Julião). Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nas bolsas de valores e mercados financeiros de 73 países. Até alguém descobrir que os fregueses do boteco de Mané Julião não têm dinheiro para pagar as contas e o boteco vai à falência. Com isso o banco credor de Mané julião verifica que, sem receber, está quebrado.
A seguradora do banco também quebra, as seis instituições que haviam comprado títulos do banco também quebram, todo mundo que tinha ações dos bancos e seguradoras tentam se livrar delas. Como todos querem vender, as ações despencam e as bolsas também. Então todo mundo começa a sacar dinheiro das contas correntes para guardar em casa. Todo o sistema financeiro começa a implodir. Para consertar essa m*&#@ toda o presidente convence o senado e o congresso a pegar o dinheiro que cidadãos honestos e trabalhadores pagaram em forma de impostos, e compra as tais dívidas.
- Foi isso que aconteceu... Entendeu Mané? – Perguntou Dr. Gilberto.
- Não, até agora num recebi nada, os fiado tão aí do mermo jeito, pode olhar!
(Texto adaptado)
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