A cidade amanheceu meio ressacada
depois do dia movimentado de ontem. Alguns ainda comemoravam em bares e residência,
mas a cidade parecia dormir.
As conversas eram das mais
variadas. Apenas uma particularidade: a felicidade pelo candidato que venceu o
pleito e por poder tirar um sarro da cara do amigo ou conhecido que não elegeu
seu candidato.
A hora não era mais de se
preocupar (se é que tiveram a perspicácia de pensarem nisso) com a situação
econômica, salários atrasados e dificuldades diversas que o município passa. Parece
que tudo vai mudar e a nossa cidade vai se tornar uma maravilha.
Ouvi de um pobre coitado que não
tem emprego público e muito menos promessa de adquirir um, que perdeu aposta
por dar uma maioria que não aconteceu. – Não estou nem aí! Disse ele. – O meu
vereador e o meu prefeito ganharam.
Um outro dizia que também perdeu
uma aposta por dar uma maioria acima de 500 votos, mas que o seu candidato iria
pagar essa aposta por ele. – Vai sonhando Raimundo!
Do outro lado aparecem os
revoltados encontrando fraudes no processo eleitoral.
Os candidatos que até ontem
corriam atrás do eleitor sumiram todos. Até os vitoriosos. Com certeza
descansando em um lugar longe daqui ou festejando com os verdadeiros amigos do
seu meio. O povão agora não terá mais as regalias que pareciam eternas antes de
depositarem o voto nas urnas.
O que mais importa, poucos
pensaram: a situação do município de coeficiente 0.8, com salários e
fornecedores atrasados e que o próximo prefeito vai herdar toda situação. A
partir de primeiro de janeiro será um novo capítulo dessa história.
Portanto, muito mais do que
comemorar e tirar sarro da cara do opositor é preciso saber se a escolha foi
acertada.
Torço para que, com a experiência
adquirida e acertando os erros que cometeu no passado, Nei Rossatto possa, no
próximo pleito, mostrar que as semelhanças e o que disse o adversário a seu
respeito foram meras especulações políticas.
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