No
país onde cerca de 20 milhões de trabalhadores não têm direito ao 13º salário
porque estão na informalidade, mais da metade das assembléias legislativas paga
até mais de um salário extra por ano aos seus deputados estaduais. Levantamento
feito pelo Congresso em Foco
nos estados revela que ao menos 16 legislativos pagam 15 remunerações por ano
aos parlamentares. Essas Casas abrigam 721 (68%) dos 1.059 deputados estaduais
e distritais do país. Esses parlamentares se juntam aos 513 deputados federais
e 81 senadores que também têm direito ao benefício. Ou seja, pelo menos 80% dos
1653 parlamentares estaduais, federais e distritais são beneficiados com essa
regalia.
O
número de deputados estaduais beneficiados, no entanto, é ainda maior. As
regras variam de estado para estado, mas os suplentes que cumpriram parte do
mandato no ano também têm direito a embolsar a “ajuda de custo”, a exemplo do
que ocorre no Congresso. Esses pagamentos equivalentes aos subsídios mensais
são feitos, geralmente, em dois momentos: em fevereiro, início do ano
legislativo, e em dezembro.
A remuneração de um deputado estadual hoje é de R$ 20 mil, o
que corresponde a 75% dos vencimentos de um parlamentar federal, como determina
a Constituição Federal.
Além disso, em
todos os estados e no Distrito Federal, os deputados estaduais têm direito a
uma verba que varia de R$ 15 mil a R$ 100 mil para cobrir despesas relacionadas
ao mandato, como combustíveis, transportes, alimentação, hospedagem,
contratação de consultoria e divulgação das atividades parlamentares. Eles
também recebem dinheiro para contratar funcionários para gabinetes e
escritórios políticos. Em alguns estados, como no Pará – onde uma ajuda de
custo de R$ 12.384 é paga no início da legislatura e outra, no mesmo valor, no
final da legislatura -, quem mora fora da capital também pode requerer o
auxílio-moradia.
Os deputados
estaduais resistem a cortar o benefício e aguardam os desdobramentos do projeto
em tramitação no Congresso que extingue o pagamento dos 14º e 15º salários aos
deputados federais e senadores. A proposta, da senadora licenciada Gleisi
Hoffmann (PT-PR), atual ministra da Casa Civil, foi aprovada na Comissão de
Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, mas ainda tem um longo caminho pela frente.
Os
salários extras são pagos atualmente aos deputados dos seguintes estados: Acre,
Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,
Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio
Grande do Sul, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantin.
(Congresso
em Foco)
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