sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Da coluna de César Santos (Jornal De Fato)

A traumática saída do ex-deputado Elias Fernandes da direção geral do Dnocs teve um ingrediente político em terra potiguar. Em meio ao tiroteio, o qual Fernandes não suportou – nem poderia, diante da artilharia pesada dos contrários –, levantou-se dúvida sobre o relacionamento do PMDB e DEM no Rio Grande do Norte.

Até que ponto os dois partidos estão unidos para futuros embates eleitorais? A dúvida se estabeleceu na posição dúbia em que o DEM tratou a questão do Dnocs: 1 – O senador José Agripino, líder nacional do Democratas, optou pelo silêncio, como forma de apoio a Elias e ao PMDB do deputado Henrique Alves. Posição bem diferente de outros episódios nebulosos de membros do governo do PT, em que Agripino levanta a voz pela apuração dos casos, defendendo instalação de CPIs e outras investigações. 2 – O prefeito de Pau dos Ferros, visto como um dos “herdeiros” políticos de Agripino, colocou-se como testemunha – via entrevista ao Correio Braziliense – dos supostos malfeitos de Elias Fernandes à frente do Dnocs. Inclusive, reforçou a denúncia de que o órgão teria servido para eleger o deputado Gustavo Fernandes, filho de Elias. Essas duas posições, antagônicas, estabelecem a dúvida.

No entanto, pode-se explicar na dinâmica da política para melhor entendimento. Em Pau dos Ferros, o confronto dos Fernandes com os Rêgos não se ameniza com a união de PMDB e DEM em âmbito de Estado. Elias e Gustavo, que controlam o PMDB pau-ferrense, vêm bancando uma campanha difamatória contra o prefeito do DEM. Talvez – e provavelmente – por isso, Leonardo Rêgo deu a resposta no episódio do Dnocs.

Essa situação não é nova, muito menos exclusiva de PMDB e DEM. Outras siglas unidas nos planos federal ou estadual se digladiam nos municípios. Veja o caso de PT e PSB em Mossoró. E assim continuará sendo, porque na política eleitoral a vida é um fato local.

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