terça-feira, 27 de novembro de 2007

CÂMARA MUNICIPAL 27.11.07

Foi posto em discussão o Projeto de Lei nº 284/2007 que altera a Av. 13 de Maio para Av. José Patrício de Figueiredo Neto, de autoria do vereador Chiquinho Pires. Em discussão o projeto, o vereador Chiquinho Pires fez alusões a Zuca Patrício, sobre a sua vida pública em Alexandria, inclusive enfatizando que o mesmo foi o primeiro presidente da Câmara Municipal.

A vereadora Alzira Carlos, disse não ter nada contra o homenageado, mas não concordava em trocar nome da avenida. Inclusive disse que os moradores também não concordam. Daí indagou se o vereador foi perguntar ao povo se poderia mudar o nome. Falou da importância da data 13 de maio, que era importante até para a Igreja Católica, na aparição de Maria. Também relatou da libertação dos escravos. “Eu até pensei que o vereador Chiquinho Pires já havia esquecido de mudar o nome daquela avenida” – falando de projetos anteriores. Pediu que o prefeito (que é filho do homenageado) construísse uma outra avenida e pusesse o nome do seu pai. Finalizou pedindo que o presidente não colocasse o projeto em votação para ouvir a população e pediu também que o vereador Chiquinho Pires retirasse o projeto da pauta.

Chiquinho Pires voltou a falar para dizer que essa era uma maneira de preservar a história política de Alexandria. Disse ser justo homenagear pessoas de destaque do município ao invés que preservar nomes e datas que não dizem muito para nossa história, não querendo desmerecer o 13 de maio. Falou que era um problema político da vereadora Alzira Carlos, pois estava simplesmente homenageando um homem que serviu o povo de Alexandria sem distinção.

Alzira voltou a falar para dizer que não era um problema político seu e pediu mais respeito ao vereador. Voltou a falar da importância do 13 de maio, que foi a libertação dos “negros”. “Agora se fosse a libertação dos ricos talvez o vereador fosse a favor, isso é uma vergonha. O negro aqui era pra tá na peia, na senzala, deve ser isso o que o vereador queria” – se exaltou. Clamou aos universitários e órgãos competentes para levantar-se contra o projeto. Mencionou também que houve até uma manifestação contra o nome de Justino Teles a Unidade de Saúde do Sítio Casteliano.

Chiquinho Pires voltou a falar para dizer que não vê nada demais na matéria. Sobre a contestação do nome de Justino Teles a Unidade de Saúde, dito por Alzira, Chiquinho falou que desconhecia o fato e relatou da importância de Justino para aquela comunidade. Disse também que desconhecia que pessoas contestavam a mudança do nome da Av. 13 de Maio.

Alzira se justificou dizendo que ouviu uma neta de Justino Teles reclamando que não houve uma reunião para que os moradores escolhessem um nome, que deveria ser do pai do homenageado, que doou o terreno (referindo-se a Antônio de Joça, esquecendo que o mesmo ainda é vivo e a lei proíbe esse tipo de homenagem, além de não ser o pai de Justino Teles).

O vereador Carlinhos Sarmento disse que particularmente não tinha nada contra Zuca Patrício, mas, disse que muita gente já o havia procurado, alguns querem que mudem o nome e outros não concordam. Citou o arquivovip, dizendo ser um site respeitado e conceituado e estava no mural a mensagem de muitos não querendo a mudança, inclusive familiares do homenageado. Pediu que os colegas votassem de acordo com as suas consciências, mas ele não iria votar a favor do projeto.

O vereador Edilberto Oliveira falou da disposição de Carlinho Sarmento e Alzira Carlos em serem contra o projeto. Disse achar esquisito que há mais de um mês que o projeto estava na Casa e ninguém havia procurado o mesmo, nem os vereadores Chiquinho Pires, Mauricy Abrantes e Gil Fábio. Continuou dizendo que os moradores não procuraram os dois, foram eles que procuraram os moradores. Enfatizou que se fosse o nome de uma pessoa (com relação a Av. 13 de Maio) não votaria para mudar, mas para o nome de Zuca Patrício, que foi um homem merecedor, votaria a favor.

Gil Fábio, também engrossou a fileira dos que estão a favor da mudança do nome. Disse que não era contra os negros, até porque o seu avó era negro. Foi interrompido pela vereadora Alzira Carlos. Pediu a vereadora para respeitar a sua fala sem interromper, até porque nunca havia faltado com respeito para com a mesma. Finalizou dizendo que votava a favor da mudança de nome, por se tratar de uma justa homenagem.

O vereador José Bernardino disse que não ia negar uma homenagem justa a Zuza Patrício. Falou não querer escurecer a data 13 de maio. Fez relatos da história sobre a data, que muitas vezes era comemorada superficialmente, como exemplo a libertação da escravatura que ainda não é real nesse país. Sobre a mudança de endereço, a prefeitura iria se encarregar disso. “Não sou contra a data 13 de maio, mas sou mais a favor da história de Alexandria e Zuza Patrício fez parte dela” – concluiu.

O vereador Mauricy Abrantes agradeceu ao vereador Chiquinho Pires pelo projeto e disse ser uma homenagem muito justa. Concluiu fazendo alusões a Zuza Patrício.

O presidente Raimundinho pediu para José Bernardino assumir a presidência para usar da palavra. Disse que há vários dias conversou com pessoas sobre a mudança de nome. Falou que era justa a homenagem, assim como as várias sugestões anteriores (citando o nome de várias pessoas cogitadas). Disse que conversou com amigos e com familiares e a conclusão era que votaria a favor do projeto. Disse não ter nada contra a companheira Alzira Carlos e Carlinhos, mas o voto era livre e ele seria a favor.

O projeto foi colocado em primeira votação e obteve dois votos contra, de Alzira Carlos e Carlinhos Sarmento.

Facultou a palavra à vereadora Alzira Carlos e pediu compreensão para que ela usasse o tempo de 10 minutos. Iniciou fazendo uma denúncia que uma senhora havia chegado na sua residência para denunciar que estava com a sua filha desde a tarde no hospital e até a noite não tinha sido atendida. Falou que a função do vereador era essa o que a Câmara estava fazendo e a do prefeito era executar. “O meu dever aqui é falar e o prefeito executar, o lixão eu entrei com uma ação na justiça e o prefeito vai ter que mudar”- disse. Falou que o sítio Jatobá estava precisando de água, por falta de cisternas. Fez um apelo ao prefeito que fizesse um açude para comunidade, inclusive disse que foi uma promessa do prefeito. Denunciou que soube que o prefeito vai fazer até açude na Paraíba. Como nas sessões anteriores, disparou a sua metralhadora contra a administração pública.

Edilberto Oliveira disse que admitia que a vereadora fizesse críticas ao prefeito, mas ao Hospital Guiomar Fernandes não se admitia, pois ela havia sido criada lá dentro. Deu um conselho à vereadora. “Não fale demais nos seus pronunciamentos que às vezes você se prejudica, vamos trabalhar nessa Casa e não ofender a todos” – continuou dizendo que é justo fazer oposição, mas é melhor conversando para resolver o problema e não fazer críticas dessa natureza.

Gil Fábio comunicou que o Exército já está realizando a distribuição de água na zona rural junto com a prefeitura. Disse que diante dos ataques feitos ao executivo, via que Alberto foi o prefeito que mais investiu na agricultura e via as máquinas trabalhando até aos domingos. Falou da assistência especial a saúde e que era do conhecimento de todos. Parabenizou ao prefeito pelo trabalho.

José Bernardino disse que tinha duas coisas na política que não gostava de fazer e se o fizesse era por descuido. 1º - É falar mal de adversário, porque a política é dinâmica. 2º - Ser confidente a eles, pois por dinamismo da política, essa confidência, lá na frente, poderia ser usada contra ele. Disse que viveu nesse final de semana problemas de várias natureza, pediu a Edilberto para resolver junto ao prefeito e tudo foi resolvido. Parabenizou a agilidade e a gentileza que foi atendido quando solicitou um documento. Mudou de assunto e enalteceu os parentes de Marcelo (veneno), filiado a seu partido PSB, que estavam reunidos para elegê-lo vereador.

Passava das 10:50h quando o vereador Chiquinho Pires voltou a falar para agradecer aos vereadores o voto ao seu projeto de lei, como também reconhecia o voto contrário. Relatou sobre projetos anteriores que denominava a Av. 13 de maio de Dr. Gentil Paiva de Oliveira que foi rejeitado e um outro projeto que denominava de Francisco Veríssimo de Sá, havia sido aprovado e inclusive com o voto da vereadora. Parabenizou José Bernardino. “Atacar colegas é danado para ter de se desculpar mais na frente. Tenho ouvido muitas críticas de ouvir dizer ao prefeito” – criticou. Falou do aumento da água, que havia sido autorizado pela casa com o voto daquela que tanto fala (direcionado a Alzira). Respondeu as denúncias (segundo ele infundadas) da vereadora, sobre o Centro de Especialidades Odontológica (CEO), sobre a saúde, onde enfatizou que acompanha a boa assistência que as pessoas que necessitam têm. Mas, a crítica mais contundente foi quando respondeu a vereadora que disse que pessoas com doenças contagiosas viajavam em micro-ônibus escolar para Natal e Mossoró. Chiquinho achou um absurdo, que os médicos não iam permitir isso e concluiu dizendo que a vereadora estava denegrindo a classe médica, além de parecer que a sua intenção era não querer que essas pessoas tivessem essa assistência. Pediu que os vereadores procurassem meios para arranjar empregos e melhorias para Alexandria ao invés de discutirem coisas sem importância.

A vereadora Alzira Carlos se dirigiu Edilberto. Disse que ia falar da maneira que quisesse. Exaltou-se ao dizer que a Casa era da democracia e ela iria criticar sim o prefeito Alberto Patrício e que por sinal ele também o havia criticado, até chamando-o de “papai cruel”. Falou que tinha serviço prestado no Hospital Guiomar Fernandes e afirmou que o próprio Napoleão Veras pediu que ela fosse fazer denúncias desse tipo ao Ministério Público.

Edilberto voltou a falar que em momento algum pediu que a vereadora calasse a boca, havia dado só um conselho para ela. Mas, sabia que ela não obedecia como achava que ela nunca obedeceu nem os seus pais. “Eu pedi foi respeito, pois sei que você não tem, pois interrompe a palavra dos colegas e eu até pedi que um dia você trouxesse a educação que havia esquecido em casa. Pois sei que você passa por cima de tudo para chegar ao poder, denegrindo a imagem por traz, com ofensas aos seus colegas. Eu quero dar só um alerta, se eu tiver que chegar novamente a essa casa ou ao executivo, usando da forma que você usa com os seus amigos, com os meus colegas, eu não quero chegar lá, com a falsidade e com a covardia” – concluiu.

O presidente encerrou a sessão.

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