segunda-feira, 14 de maio de 2012

Professor que nega o aquecimento global não consegue publicar teses que contrariam os alarmistas apocalípticos

Ser um cético do clima não é fácil no Brasil. As verbas de pesquisa são escassas e é difícil publicar em revistas acadêmicas de prestígio. 

A avaliação é de Ricardo Augusto Felício, professor do Departamento de Geografia da USP e uma das principais vozes no país entre os que negam o aquecimento global. 

"Camada de ozônio? Esse negócio não existe", diz o professor, antes de afirmar que a presença do gás varia sazonalmente. Ou seja, os populares "buracos" não passariam de ficção. 

É assim que ele começa uma palestra de duas horas para alunos do 1º ano do ensino médio do colégio Avicena, na Zona Sul da cidade. 

A iniciativa de conversar com Felício partiu dos próprios estudantes, após assistirem a uma recente entrevista do cientista no "Programa do Jô", na Rede Globo. 

De vez em quando, ele recebe grupos de estudantes interessados em saber o que seria a versão alternativa do ambiente. "É um trabalho de formiguinha", diz Felício. 

O professor faz questão de avisar que há interesses políticos e econômicos por trás de conceitos científicos e de organizações como o IPCC. 

"Vocês precisam saber: a ciência tem dono." 

Quando uma aluna pergunta quem são esses donos, ele responde rapidamente: quem manda nos laboratórios são os mesmos que comandam o capital. 

"Mas eu não sou marxista, nem ligado a nenhum partido político. É só uma constatação objetiva", disse. 

"Eu já vou avisando aos meus alunos que eles vão ter de trabalhar. Aqui não vai ter bolsa", lamenta ele, que agora não quer mais "perder tempo" tentando financiamento, diz o autor do site "Fakeclimate"

Os pareceristas das revistas científicas também não costumam dar espaço para os céticos.

"Eles são todos parte de um mesmo grupo. Nós acabamos tendo de publicar em revistas menores", diz Felício, que tem apenas três artigos originais em periódicos. 

"Estou impressionada com tudo o que ele diz. Acho importante os alunos terem as duas versões", diz a coordenadora do colégio, Eliane Bonfim, que é bióloga.
(Folha de São Paulo)

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