José Roberto Salgado, diretor do Banco Rural, uma das casas bancárias envolvidas no escândalo do mensalão, tentou emplacar no STF uma derradeira esperteza. Num instante em que o julgamento se avizinha, Salgado pediu açucar. Queria que as acusações contra ele descessem à primeira instância do Judiciário.
O réu alegou que, sem mandato eletivo, não dispõe da chamada prerrogativa de foro. Assim, caberia a um juiz de primeiro grau julgá-lo, não ao Supremo. Na eventualidade de ser condenado, poderia recorrer a um Tribunal de Justiça estadual.
Confirmando-se a condenação, o réu ainda disporia do direito de bater às portas do STJ. Só depois de percorrer todos os escaninhos da Justiça o caso chegaria, se fosse o caso, ao STF.
Chama-se Márcio Thomaz Bastos o advogado de Salgado. Sim, ele mesmo, o ex-ministro da Justiça de Lula. Vingando a tese do doutor, outros réus sem mandato desceriam à primeira instância. Entre eles os petês José Dirceu e José Genonino.
Submetido à petição de Thomaz Bastos, o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo no Supremo, levou o pé à porta. Barrou a manobra. Anotou em seu despacho que o desmembramento dos autos já foi apreciado antes. E a resposta fora negativa.
(Josias de Sousa)
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