A ex-governadora Wilma de Faria (PSB), no apagar das luzes da greve dos professores, hipotecou seu apoio à categoria, colocando-se completamente a favor da paralisação. Aí não tem como; é preciso buscar o retrovisor para identificar o grau de sinceridade na posição da líder socialista.
E a imagem recuperada não é das melhores. Vejamos: em sete anos e quatro meses que Wilma governou o Rio Grande do Norte, os professores realizaram sete greves, com resultados decepcionantes. Nos últimos quatro anos, por exemplo, a bondade da ex-governadora foi medida em pequeno grau: em 2007, o governo enfrentou a greve e não deu um centavo de real de reajuste; em 2008, o zero de aumento continuou na conta; em 2009, a mesma coisa; e somente em 2010 é que Wilma concedeu 7,5%. Ou seja, de 2007 a 2010, a média de aumento salarial foi de 1,875%/ano.
Mas, como era ano eleitoral, o governo aprovou o Plano de Cargos e Salários, contemplando também outras 13 categorias do serviço público, sem observar os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), até porque o “pacote de bondade” só seria cumprido pelo governo sucessor. Pois bem. Como o retrovisor – odiado por Wilma – resgata a imagem com fidelidade precisa, conclui-se que a ex-governadora, embora professora de origem, não foi um exemplo de bondade para a categoria. As palavras fáceis de momento não servem de borracha para apagar o quadro negro do passado.
Ademais, faz-se necessário lembrar que o governo passado destruiu a educação no Rio Grande do Norte, quando transformou a pasta em balcão político. Em sete anos, o Estado teve oito secretários de Educação, vestindo as camisas das mais várias siglas políticas. O desastre educacional não foi evitado. O ensino público desceu ao degrau debaixo, segurando a lanterninha no país, pelo Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico (IDEB). O retrovisor da educação não permite o discurso de ocasião. Ainda bem.
(César Santos)
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